domingo, 17 de maio de 2015

Não se anestesia com Terapia Neural

Profissionais de saúde não iniciados e com pouca familiaridade com a Terapia Neural, frequentemente confundem a abordagem com procedimento anestésico. É bom que se esclareça que a Terapia Neural NÃO produz efeito anestésico, por utilizar concentrações muito baixas de lidocaína ou procaína, geralmente entre 0,5, 0,75 e no máximo, 1%, sempre sem vasoconstritor.

O agente terapêutico mais importante na Terapia Neural é o estímulo de agulhamento sobre a rede neura segmentar. A topografia segmentar do estímulo em função da queixa, desequilíbrio ou disfunção do paciente é o fator determinante para o alcance de um bom nível terapêutico.

 Quando um estímulo irritativo, traumático ou doloroso é ofensivo ao corpo humano, rompe-se o ciclo harmônico e fisiológico de despolarização/repolarização do potencial elétrico da membrana celular, elemento-chave para preservar o estoque energético celular, bem como sua qualidade.

Os estímulos de agulhamento seco, como os da acupuntura chinesa e aqueles de dry-needling elevam o potencial de ação da membrana celular. Todavia, este efeito é amplificado pelo agente neuralterapêutico, conferindo resultados terapêuticos bem mais eloquentes com a Terapia Neural.

Por outro lado, o uso de anestésicos em concentrações acima de 2%, provoca outro fenômeno: o de hiperpolarização celular, efeito este não desejável na Terapia Neural.

Desta forma, muitos perguntam por quanto tempo dura o efeito da técnica. O que temos a observar na prática clínica e ampla literatura disponível, é que restaurando-se o ciclo fisiológico de despolarização/repólarização, normalmente se dá um processo de recuperação completa ou cura do processo. Tenderá a ter uma duração até que novos estímulos voltem a desequilibrar o sistema orgânico envolvido.

O mesmo não se obtém ao anetesiar um segmento. Anestesiando, ou seja, provocando a hiperpolarização da membrana celular, bloqueia-se a transmissão sináptica do estímulo doloroso. Normalmente este efeito tende a se dissipar tão logo cesse o efeito do anestésico.

Portanto, a lidocaína e a procaína nas diluições administradas em terapia neural não produzem efeito anestésico, tendo lugar, o chamado efeito neuralterapêutico. Produz-se reequilíbrio segmentar e cura!

Fonte:
Manual of Neural Therapy According to Huneke
Dosch / Dosch
2nd Edition
ISBN (Americas): 9783131406026
2006

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